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sábado, 29 de outubro de 2011

Só com luta conseguimos algo

Esta semana, depois de muito esforço dos professores e alunos da minha escola Estadual, conseguimos que não fechassem as turmas como o governo queria (duas turmas do 1º ano, duas turmas do 2º ano).

Esta é mais uma prova de que o povo pode sim se organizar e conseguir vetar os devaneios dos nossos governantes.
O coordenador da metropolitana 3, coordenadoria responsável pela área onde está localizada minha escola, falou para a direção "por telefone" que mantinha a ordem de fechamento das turmas. Nesta quarta-feira, os professores junto com os alunos e representantes do Sindicato (SEPE) foram a 'metro' e conseguiram que esta decisão não fosse adiante. Uma vitória.

Logo a noite, no mesmo dia, foi realizada uma comemoração por esta vitória na porta da escola. Bom, assim agora esta tudo bem, não é?
Não, puro engano. Agora os alunos estão sendo pressionados a fazerem o SAERJINHO, e para garantir até uma coordenadora pedagógica (enviada pela metro para "ajudar a escola" sem fazer nada) pediu INDELICADAMENTE que um professor se retirasse da turma do 3º ano, enquanto a mesma 'conversava' com os alunos.

Os professores estão sendo pressionados pela direção, que não sabe se corre ou se fica. E acredito que ter batido de frente com esta gente vai render aos profissionais desta escola muitas outras lutas....

O importante é o que conseguimos ensinar para nossos alunos nestas últimas semanas: o povo pode sim, o povo tem voz, o povo unido consegue mudar o país, basta querer. Eu digo querer, pois eu mesma não acreditava que poderíamos ter seguido tão adiante, mas nunca deixei de tentar.

Nossos alunos com certeza levarão esta vitória para toda sua vida, vão poder dizer que lutaram e conseguiram. Lições de cidadania que não são aprendidas somente em sala de aula: deve ser praticada.

Espero que este relato ajude a outras pessoas a entenderem o seu poder.

Não é porque foram eleitos que os governantes podem fazer o que vier na cabeça, podemos lutar, não precisamos esperar até as próximas eleições para ver se muda algo.

Obrigada pelo apoio,
Tatiana

sábado, 22 de outubro de 2011

A mais nova do Estado

Esta notícia não está sendo divulgada!!!!

Nosso querido governo está fechando turmas do ensino Médio e Fundamental em toda a rede do Estado do Rio de Janeiro. Escolas estaduais que funcionam em prédios compartilhados com a prefeitura local são as mais prejudicadas neste fim de ano.
Só na minha escola pediram o fechamento de 6 turmas esta semana! Lutamos e já conseguimos que não fechem duas, mas ainda pensamos no total: não queremos que fechem nada.
Os motivos para o fechamento: muitos alunos com frequência baixa ou desistentes. Isso pelo menos é o motivo que alegam.
Os motivos reais prováveis: corte no orçamento da Educação, fechando turmas se justifica fechar escolas e remanejar professores. O que significa que muitos professores vão sair de suas escolas neste fim de ano tentando se encaixar em vários buracos na grade das escolas que ainda terão alguma carência. Os alunos serão avaliados por professores que não conhecem, pois seus professores terão deixado a escola e os outros, que sobrarem, entrarão em salas de aula durante 4 semanas para conhecer, "ensinar" e avaliar os alunos no último bimestre do ano (fora o caso onde cada turma está estudando uma determinada parte do conteúdo; o professor deverá ainda, regular o conteúdo que alguns alunos já estudaram e os outros não).
Isso é claro na melhor das hipóteses. Há os casos onde toda a escola será fechada.

Entendam. Nós, professores que lutam contra este ato do governo, não somos contra as turmas vazias serem fechadas. Acreditamos, inclusive, que as turmas devem ter um número razoável de alunos. Não somos a favor de manter turmas vazias só para justificar a abertura de várias turmas e com isso manter mais professores na escola. Mas esta questão não se aplica neste caso.
Se as escolas estão sendo acompanhadas há anos por inspetores e as tais OG's, porque esperar o início do 4º bimestre para mudar a vida de tanta gente?

Cadê o respeito com os professores? Vamos parar em qualquer escola agora, com o nosso ano todo planejado e funcionando? (cada um tem seus compromissos pessoais e profissionais fora do Estado)
Cadê o respeito com os alunos? Agora no fim do ano mudar de professor, método de ensino e método de avaliação? E aquelas turmas que não podem ser unidas por uma questão social, onde o conflito entre os alunos seria um grave fator contra a educação e a saúde dos mesmos? (uma escola pode atender a diversas comunidades)

Não só as escolas "compartilhadas" estão sofrendo esta mutilação no seu corpo docente e discente (muitos alunos já estão alegando que não continuaram nestas escolas...). Existem escolas que possuem os 3 turnos (manhã, tarde e noite) com turmas cheias que estão fechando até 10 turmas do horário noturno.

Questionamos o verdadeiro motivo para o fechamento de turmas/escolas e o verdadeiro benefício que trará para a sociedade deste Estado. Questionamos o valor pedagógico tão falado pelos "especialistas" em congressos, mídia televisiva e em reuniões internas do Governo (entre coordenadores da Educação e professores e diretores) e, que não está presente nesta hora, neste discurso.

Questionamos a mídia que não divulga esta ação de grande porte coordenada pelo Governo. O que está em jogo? Quem lucra mais não transmitindo esta informação: o governo ou as emissoras? Onde está o compromisso da mídia com seus 'consumidores' (telespectadores e ouvintes)?

Questionamos as pessoas que acham isso tudo normal e colocam 'panos quentes' dizendo: vai dar tudo certo, está tudo bem, não é assim tão mau... só vai mexer um pouquinho com a escola.... vai dar tudo certo... o importante é que temos saúde.

Quem acredita que podemos melhorar este Estado (quem sabe, também o país), não fique omisso.
Não precisa divulgar este blog, basta que faça sua parte divulgando a luta.

Agradecida,

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Será que ainda sou uma professora?

Hoje é mais um daqueles dias em que me pergunto: será que ainda sou uma professora?
Por quê?
Bem, passei um bom tempo sem escrever, então vai rapidinho:
Comecei este ano com todo gás possível para levar o trabalho, os estudos e é claro minha vida pessoal (sim sou humana, tenho alguma vida). Então, como não poderia ser diferente, trabalhei à beça (expressão da vovó no lugar do atual pra cace...), estudei muito e vivi um pouquinho. No final de junho tive a grande oportunidade de participar do CIAEM (Conferência Interamericana de Educação Matemática) realizada em Recife (PE) e agarrei esta oportunidade com unhas e dentes (se levar em consideração minha primeira experiência em viagens de avião, posso dizer que foi com unhas e dentes literalmente - o medo de voar é muito forte...).
Voltei com mais ideias para aplicar em sala de aula. Pelo Projeto Fundão (UFRJ), estou em mais um curso para professores da rede municipal como dinamizadora. E continuo com todo o resto....

O que este resumo tem haver com a pergunta inicial? 
Ah ha. TUDO.

Acredito que tenho feito o possível e mais um pouco para melhorar minhas aulas, o que significa que me preocupo com meus alunos e quero o melhor para eles. Se eu estivesse pensando só no salário: pra que melhorar a aula, não é verdade? O meu dindim no fim do mês é garantido independente dos meus alunos serem aprovados ou não (tem gente que pensa assim...).
É, pois é. Parece errado, né? Eu também sempre achei e fiz/faço de tudo pela Educação. Mas, me deixa contar um segredinho...
Estou começando a questionar o que hoje significa uma boa Educação. Hoje passei por uma situação na escola em que fui agredida verbalmente e quase fisicamente por um aluno. Estou começando a perder o interesse em melhorar alguém que não deseja esta melhora. É muito bonita toda a filosofia e pedagogia que cerca a educação brasileira, mas na hora do vamos ver não é bem assim que “a banda toca”.
É fácil falar para o professor que não importa se ele é agredido, ameaçado ou simplesmente ninguém quer assistir sua aula porque o aluno não “está afim” naquele dia, o trabalho deve ser feito!
É fácil exigir do professor que seja cumprido horário, cronograma de conteúdo e INCLUSIVE muita atenção e PACIÊNCIA com os alunos.

Difícil é passar por professor.

Estou nesta situação. Dúvida.
Será que deixei de ser professora por acreditar que alguém que não quer aprender, não pode ser ensinado?
Será que é obrigando o aluno a estar dentro de sala, estamos realmente contribuindo para sua aprendizagem? Ou por outro lado, será que mantendo este aluno em sala nós não estaremos prejudicando aqueles que realmente estão interessados?

Será que levantar estas questões significa que deixei de pensar como professora?

Será que eu tenho que ser agredida, e aceitar, para ser chamada de professora?

É complicado. Eu sei. Mas pensar e tomar decisões sobre estas questões é melhor que viver me enganando. Mesmo que o veredicto seja largar o magistério.
Estou em crise. Estou revendo minhas prioridades.

Minha diretora hoje deu prova do quanto ela tenta ajudar, mas ‘seus superiores’, que não vivem na rotina escolar, não aceitam qualquer alteração na turma. No caso, mudar o AGRESSOR de unidade escolar.

Talvez aceitem a mudança de professora.


PROFESSORA TATIANA

sábado, 16 de abril de 2011

Who I am Makes A Difference


Nestes tempos tão difíceis, onde os valores estão invertidos e às vezes não conseguimos encontrar forças para continuar e simplesmente pensamos: o que é que eu estou tentando fazer aqui? Eu sou louca? Isso não está ajundando ninguém, principalmente a mim mesma...
Nestes tempos, depois de uma semana tragicamente histórica (sem detalhes), recebi um e-mail contando a história que repasso abaixo. Não sou de acreditar em qualquer coisa que recebo por e-mail, mas o que importa não é saber se é verídico, como afirmam que seja, e sim a reflexão que podemos fazer a partir da história.

Uma professora de Nova York decidiu honrar cada um de seus alunos que estavam por se graduar no colégio, falando-lhes da marca que cada um deles havia deixado.
Chamou cada um dos estudantes à frente da classe, um a um. Primeiro, contou a cada um como haviam deixado marca na vida dela e na da turma.
Logo presenteou cada um, com uma faixa azul, impressa com letras douradas, na qual se lia, “Quem sou deixa marca.”
Por fim, a mestra decidiu fazer um projeto de aula para ver o impacto que o reconhecimento teria na comunidade.
Deu a cada aluno mais três faixas azuis e lhes pediu que levassem adiante esta  cerimônia de reconhecimento. E que deveriam acompanhar os resultados, ver quem premiou quem, e informar à turma no final de uma semana.
Um dos alunos foi ver um jovem executivo de uma indústria próxima e o premiou por tê-lo ajudado com o planejamento de sua carreira. Deu-lhe uma faixa azul, e colou-a em sua camisa.
Em seguida deu-lhe as duas faixas extras e lhe disse: “Estamos fazendo em aula um projeto de... ‘reconhecimento’, e gostaríamos que você encontrasse alguém a quem premiar e lhe desse uma faixa azul.”
Mais tarde, nesse mesmo dia, o jovem executivo foi ver seu chefe que tinha reputação de ser uma pessoa amargurada, e lhe disse que o admirava profundamente por ser um gênio criativo.
O chefe pareceu ficar muito surpreso. Então o jovem executivo lhe perguntou se ele aceitaria o presente da faixa azul e se lhe dava permissão de colocá-la em sua camisa.
O chefe disse: “Bem…claro!” Então o  jovem executivo pegou uma das faixas azuis e a colocou no casaco do chefe, bem sobre seu coração…
…e oferecendo-lhe a última faixa, perguntou: “Poderia pegar esta  faixa extra e passá-la a alguém mais a quem queira premiar?”
“O estudante que me deu estas faixas está  fazendo um projeto de aula, e queremos continuar esta cerimônia de reconhecimento para ver como vai afetar as pessoas.”
Nessa noite, o chefe chegou em casa, sentou- se com seu filho de 14 anos, e lhe disse: “Hoje me aconteceu algo incrível!”
“…estava no meu escritório e um de meus empregados veio e me disse que me admirava; então me deu uma faixa azul por me considerar um gênio criativo.”
“Imagina! Ele pensa que eu sou um gênio criativo!
Logo me pôs uma faixa azul que diz:
‘Quem sou deixa marca.’ ”
Deu-me uma faixa extra e me pediu que encontrasse alguém mais a quem premiar. Quando eu estava dirigindo para casa esta  noite, comecei a pensar a quem  poderia premiar com esta faixa, e pensei em ti. Quero premiar a ti.”
“Meus dias são muito agitados  e quando venho para casa, não te dou muita atenção; grito contigo por não tirar boas notas e pela desordem em teu quarto…”
Por isso, esta noite, só quero sentar-me aqui e …bem… te dizer que és muito importante para mim.”
Tu e tua mãe são as pessoas mais importantes em minha vida. És um grande garoto e te amo muito!”
O garoto surpreendido começou a soluçar e a chorar, e não conseguia parar. Todo o seu corpo tremia.
Olhou para seu pai e entre lágrimas lhe disse: “Papai, momentos atrás me sentei em meu quarto e escrevi uma carta para ti e para  mamãe, explicando porque tinha tirado minha vida, e lhes pedia que me perdoassem.”
Ia me suicidar esta noite depois de vocês terem  dormido. Eu pensava que  vocês não se importavam comigo.”
“A carta está lá em cima, mas não creio que eu vá precisar dela, depois de tudo o que conversamos.”
Seu pai subiu ao segundo piso e encontrou a carta, sincera e cheia de angústia e dor.
No dia seguinte, o chefe regressou ao trabalho totalmente modificado. Já não estava amargurado, e se empenhou em fazer todos os seus empregados saberem que cada um deles faz a diferença.
Por outro lado, o jovem executivo ajudou muitos outros jovens a planejarem suas carreiras, inclusive o filho do chefe, e nunca se esqueceu de recordar-lhes que eles deixavam marcas em sua vida.
Ainda mais, o jovem e seus companheiros de classe aprenderam uma lição muito valiosa:
“Quem és, deixa marca”.

Estou passando a faixa azul para ti, por tudo e por nada. Por cada vez que se preocupa, por cada vez que para, por cada vez que tenta, por cada vez que se faz existir em minha vida (até mesmo, apenas lendo esta mensagem).

QUEM ÉS, DEIXA MARCA.


“Tu nunca saberás a diferença que um pouco de motivação pode fazer em uma pessoa.”

“Somos Um, mesmo que separados pela intolerância, sempre seremos um aos olhos do criador.”